Os serviços de Atenção Primária à Saúde (APS), idealmente, são capazes de evitar ou resolver precocemente 90% das demandas de saúde da população de uma determinada localidade. Contudo, no Brasil, esse número está em torno de 70%.
Isso ocorre devido a população não ver nos serviços de APS o melhor ou mais eficiente local para acesso (ou porta de entrada) e resolução de suas demandas de saúde. Os pacientes acabam por não frequentar esse serviço, e, com isso, deixam de receber ações de prevenção e promoção de saúde (como vacinas, rastreio de doenças e ações de promoção de saúde).
Muitos acabam por não buscar nenhum serviço de saúde, ou buscam serviços secundários e terciários (UPAs, prontos-socorros, enfermarias) quando a doença já está instalada e gerando complicações clínicas. Esse comportamento social gera uma piora global da saúde da população e gastos exorbitantes por parte do sistema de saúde.
O indicador de Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária à Saúde (ICSAP) visa monitorar uma lista de doenças que chegam em serviços secundários e terciários e que seriam passíveis de prevenção e tratamento precoce no serviço de APS. Essa mensuração ajuda na avaliação da qualidade dos serviços de atenção primária, pois, quanto maior o índice de ICSAPS, menor é a eficiência e abrangência dos serviços de APS da localidade analisada.