Covitel: a magnitude do impacto das doenças crônicas não transmissíveis NA POPULAÇÃO ADULTA BRASILeira

O Covitel, Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas não Transmissíveis em Tempos de Pandemia, traz informações de âmbito nacional, com representatividade para o Brasil e para as cinco grandes regiões do país: Centro-Oeste, Nordeste, Norte, Sudeste e Sul. Seus achados mostram um retrato da magnitude do impacto dos principais fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) na população com 18 anos ou mais.

Realizado pela primeira vez em 2022, o inquérito chegou à sua segunda edição em 2023 e traz informações sobre prática de atividade física, hábitos alimentares, saúde mental, estado de saúde, prevalências de hipertensão arterial e diabetes, consumo de álcool, tabagismo e poluição do ar.

O Covitel mais uma vez vem para contribuir com a geração de dados sobre o comportamento da população brasileira quanto aos fatores de risco para as doenças crônicas não transmissíveis, que são a maior causa de morte no mundo. Entender as consequências da pandemia, que impactou hábitos, diagnósticos e tratamentos, é fundamental para fortalecer a capacidade analítica dos gestores e orientar as prioridades, o planejamento e as ações relacionadas às políticas públicas de saúde de enfrentamento dessas condições crônicas.

Articulado e financiado pela Umane, o Covitel 2023 é realizado pela Vital Strategies e pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e conta com apoio da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco). Na edição 2022, o projeto também foi cofinanciado pelo Instituto Ibirapitanga.


Dados da pesquisa para download

Abaixo, clique nos botões para fazer download do relatório completo, dos microdados e do questionário das edições 2022 e 2023 do Covitel.

Microdados 2023 Questionário 2023 Relatório 2023

Microdados 2022 Questionário 2022 Relatório 2022

Visualização dos principais resultados

Nota importante

Ao interpretar os dados, sobretudo ao que tange a aumentos ou diminuições de prevalências entre dois períodos, é importante ter em mente que nem toda aparente variação deverá ser realmente considerada. Ainda que números absolutos possam indicar mudanças de percentual entre um período e outro, essa diferença deve ser avaliada conjuntamente com o intervalo de confiança.

O que é intervalo de confiança?
O Covitel é realizado com uma amostra e as 9 mil pessoas entrevistadas pelo inquérito representam a população total brasileira. Como em todo estudo amostral, é preciso considerar um nível variabilidade, ou seja, uma margem de incerteza da estimativa. Esse é o intervalo de confiança, que considera um acerto de 95% sobre cada estimativa. Ao comparar dois períodos, só se pode considerar que houve diferença entre um ano e outro quando os intervalos de confiança não se sobrepõem.

Exemplo de como interpretar:

  • Vamos interpretar o indicador “consumo abusivo de álcool”;
  • Em 2022, a prevalência no país ficou em 20,6%. O intervalo de confiança foi estimado entre 18,9% e 22,4%, o que quer dizer que há 95% de confiança de que a estimativa real se encontra dentro desse intervalo;
  • Em 2023, a prevalência no país foi estimada em 22,1%, com intervalo de confiança que vai de 20,2% a 24%;
  • Analisando apenas as estimativas pontuais, a percepção é que houve aumento do consumo abusivo de álcool entre 2022 e 2023, passando de 20,6% para 22,1%;
  • No entanto, não se pode afirmar que houve aumento, uma vez que os intervalos de confiança do primeiro e do segundo período se sobrepõem (a porcentagem 22,4% se encaixa dentro dos 20,2% a 24%).
Nos gráficos, basta passar o mouse em cada coluna para visualizar a prevalência e respectivo intervalo de confiança, colocado com a sigla IC. O intervalo de confiança também deve ser levado em consideração ao interpretar diferenças entre os estratos, ou seja, ao comparar entre si estratificações por sexo, raça/cor, região, idade e escolaridade.